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Mostrando postagens de dezembro, 2023

E que venha 2024... ou algo do tipo!

Ah, o Réveillon! Aquela época “mágica” do ano em que, por algum motivo, nós decidimos que somos capazes de reinventar nossa vida inteira só porque o calendário diz que é hora de trocar a folha.  Cá estou eu, embarcando nessa canoa furada de reflexões e resoluções, como se fosse realmente possível colocar em prática todos os planos mirabolantes que crio enquanto assisto aos malditos fogos de artifício. (Oh gente, inclusive já passou da hora de parar com essa babaquice de fogos de artifício, né?) Bom, comecemos com a gloriosa revisão do ano que passou. Como um velho explorador revendo seu mapa, percebo que passei mais tempo perdido do que seguindo um caminho lógico. Inclusive este poderia ser o resumo da minha vida inteirinha! (rs) Teve aquele famoso “de tudo um pouco: houve caos, calmaria, caminhadas, tropeços, capotes, alegrias, tristezas, conquistas e umas perdas aqui e ali. Basicamente a vida sendo a vida. Enfim... Sigamos adiante... Os planos que não deram certo, o que fazer? Bem, e

Hand grip

Todas as pessoas são diferentes entre si. Ninguém é igual a ninguém. Não bastasse isso para tornar a vida complexa (e interessante), há outra informação: (em regra) ninguém é hoje o mesmo que foi ontem. O Tio Patux de hoje é um Tio Patux vivendo uma multidão de processos psico e fisiológicos em um ritmo frenético como poucas vezes viveu. Algo como aquele turbilhão pelo qual normalmente passam TODOS os adolescentes. Não, eu não estou vivendo este MESMO turbilhão... Ainda bem, inclusive. Estou vivendo outros turbilhões, mas dois se destacam. Hoje vou tratar só de um. Do outro falarei no próximo texto. Não “sejemos” ansiosos. Turbilhão de hoje: estou tentando parar de fumar. Sim, pela enésima vez! Desta vez decidi apostar em um combo turbo-plus-pancadão-cadenciado: retomando as atividades físicas moderadas, alterando meus hábitos alimentares, alterando meu consumo de redes sociais (sim, o termo é este mesmo: consumo), refazendo os planos mais individuais e íntimos para o ano p

Tamo bão não

Há muito, muito, muito tempo atrás, quando eu ainda era jovem, eu olhava o futuro como algo tão grandioso, parecia distante e vasto como um campo sem limites. A vizinhança onde eu cresci era vibrante, cheia de vida. A gente, a turma dos “predin” (um condomínio bem grande, cuja maioria dos moradores fazia parte da nova classe média, que vinha dum passado histórico de pobreza severa em grande parte dos casos), acreditava piamente que iríamos conquistar o mundo, não importava o caminho. Parecia inevitável, tipo o Thanos. Hoje, paro e olho ao redor, vejo que tudo se transformou. A gente nunca imagina que tudo vá se transformar tanto, né? Muito menos imagina no quê esse “tudo” se transformará. A vizinhança mudou e nós, as crianças de lá, crescemos e muitos de nós nos perdemos pelo caminho. É uma loucura pensar como este lugar, esta cultura, esta época, conseguiu esmagar tantos sonhos. Exemplos há vários: tem a da Jana, pobre dela, com um futuro brilhante tão promissor, mas deixo

Toda manhã

  Todas as manhãs, antes do cocoricó, lá estava ele, saindo da cama tal e qual um robô programado para encarar a monotonia diária. O ritual matinal? Uma dança enfadonha que começava no banheiro, com o espelho embaçado mostrando o rosto de um homem exausto e tragicamente preso a uma tradição que ninguém se deu ao trabalho de explicar. O som da água corrente, a única trilha sonora dessa comédia estranha e abarrotada de erros. Ele seguia os movimentos rotineiros com precisão cirúrgica, mas sem a emoção (como toda boa cirurgia deve ser, inclusive). Sacrifício diários para agradar a sociedade, que, curiosamente, cagava e andava para ele. No trabalho (e fora dele, na maior parte do tempo), a regra não escrita era bastante clara: pareça um manequim de vitrine. E lá ia ele, todo santo dia, esculpindo a própria identidade como se fosse um pedaço de argila sem vontade própria. Uma perda de tempo e de si mesmo, mas quem está contando? Todo mundo e ninguém, ao mesmo tempo. Então, como supostamente