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Mostrando postagens de abril, 2022

Jamais Esqueceremos

Da inércia veio o golpe...  Passaria desapercebida sua chegada, não fosse a adoção da estupidez, da crueldade, do silenciar da desesperança. A dor tornou-se moeda corrente, o medo fez morada nas esquinas, o som dos motores não causava euforia, mas apenas pânico. Com requintes azuis, vermelhos e brancos, a bandeira outrora azul, branca, verde, amarela fez-se rubra, temperada com sangue de ratos e pólvora. Uma terra, outrora construída com o sangue de mãos pretas, que, contudo, hasteava bandeira com as cores do brasão de família luso-austríaca, herdeiros, exploradores, foi inundada pelo ridículo e patético pânico de um projeto de sociedade justa, dos comuns. O verde, herança de Bragança na flâmula, agora era a cor daqueles que distribuíam tiros, pontapés e torturava o próprio povo. O amarelo, herança de Habsburgo, agora era apenas a cor da luz nos postes, iluminando corpos inertes, outrora cheios de jovem vigor e vasta esperança. Ao branco e azul restaram os papéis e tintas das esferográ

Conjugando a noite (poema)

Comendo, bebendo, falando, Beijando, transando, fudendo, Vendo, rindo, ouvindo,  Olhando, respirando, dormindo... Era tudo muito bom, Em tudo havia paz, Este deve ser o tom, Vida boa assim se faz. Disso ainda quero mais, Consumidor contumaz, Porto um apetite voraz. Então eu ouso repetir, Estou aqui, pode vir, Meu prazer é te servir, Teu prazer faz-me ebulir.

Sempre passa (poema)

Aqui o tempo passa assim Seguindo o tempo dele No ritmo da rua Na cadência do vento No corre das motos Nas páginas dos livros Aqui o tempo passa assim Sem pedir licença Sem dar satisfação Sem tirar nem dar Tirando tudo do lugar Passa assim sem parar Passa passando Não se importa com nada Dono de si Dono de mim Passou de novo E vai passar Sempre passa...