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E que venha 2024... ou algo do tipo!

Ah, o Réveillon! Aquela época “mágica” do ano em que, por algum motivo, nós decidimos que somos capazes de reinventar nossa vida inteira só porque o calendário diz que é hora de trocar a folha.  Cá estou eu, embarcando nessa canoa furada de reflexões e resoluções, como se fosse realmente possível colocar em prática todos os planos mirabolantes que crio enquanto assisto aos malditos fogos de artifício. (Oh gente, inclusive já passou da hora de parar com essa babaquice de fogos de artifício, né?) Bom, comecemos com a gloriosa revisão do ano que passou. Como um velho explorador revendo seu mapa, percebo que passei mais tempo perdido do que seguindo um caminho lógico. Inclusive este poderia ser o resumo da minha vida inteirinha! (rs) Teve aquele famoso “de tudo um pouco: houve caos, calmaria, caminhadas, tropeços, capotes, alegrias, tristezas, conquistas e umas perdas aqui e ali. Basicamente a vida sendo a vida. Enfim... Sigamos adiante... Os planos que não deram certo, o que fazer? Bem, e
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Hand grip

Todas as pessoas são diferentes entre si. Ninguém é igual a ninguém. Não bastasse isso para tornar a vida complexa (e interessante), há outra informação: (em regra) ninguém é hoje o mesmo que foi ontem. O Tio Patux de hoje é um Tio Patux vivendo uma multidão de processos psico e fisiológicos em um ritmo frenético como poucas vezes viveu. Algo como aquele turbilhão pelo qual normalmente passam TODOS os adolescentes. Não, eu não estou vivendo este MESMO turbilhão... Ainda bem, inclusive. Estou vivendo outros turbilhões, mas dois se destacam. Hoje vou tratar só de um. Do outro falarei no próximo texto. Não “sejemos” ansiosos. Turbilhão de hoje: estou tentando parar de fumar. Sim, pela enésima vez! Desta vez decidi apostar em um combo turbo-plus-pancadão-cadenciado: retomando as atividades físicas moderadas, alterando meus hábitos alimentares, alterando meu consumo de redes sociais (sim, o termo é este mesmo: consumo), refazendo os planos mais individuais e íntimos para o ano p

Tamo bão não

Há muito, muito, muito tempo atrás, quando eu ainda era jovem, eu olhava o futuro como algo tão grandioso, parecia distante e vasto como um campo sem limites. A vizinhança onde eu cresci era vibrante, cheia de vida. A gente, a turma dos “predin” (um condomínio bem grande, cuja maioria dos moradores fazia parte da nova classe média, que vinha dum passado histórico de pobreza severa em grande parte dos casos), acreditava piamente que iríamos conquistar o mundo, não importava o caminho. Parecia inevitável, tipo o Thanos. Hoje, paro e olho ao redor, vejo que tudo se transformou. A gente nunca imagina que tudo vá se transformar tanto, né? Muito menos imagina no quê esse “tudo” se transformará. A vizinhança mudou e nós, as crianças de lá, crescemos e muitos de nós nos perdemos pelo caminho. É uma loucura pensar como este lugar, esta cultura, esta época, conseguiu esmagar tantos sonhos. Exemplos há vários: tem a da Jana, pobre dela, com um futuro brilhante tão promissor, mas deixo

Toda manhã

  Todas as manhãs, antes do cocoricó, lá estava ele, saindo da cama tal e qual um robô programado para encarar a monotonia diária. O ritual matinal? Uma dança enfadonha que começava no banheiro, com o espelho embaçado mostrando o rosto de um homem exausto e tragicamente preso a uma tradição que ninguém se deu ao trabalho de explicar. O som da água corrente, a única trilha sonora dessa comédia estranha e abarrotada de erros. Ele seguia os movimentos rotineiros com precisão cirúrgica, mas sem a emoção (como toda boa cirurgia deve ser, inclusive). Sacrifício diários para agradar a sociedade, que, curiosamente, cagava e andava para ele. No trabalho (e fora dele, na maior parte do tempo), a regra não escrita era bastante clara: pareça um manequim de vitrine. E lá ia ele, todo santo dia, esculpindo a própria identidade como se fosse um pedaço de argila sem vontade própria. Uma perda de tempo e de si mesmo, mas quem está contando? Todo mundo e ninguém, ao mesmo tempo. Então, como supostamente

Tá tudo perfeito, mesmo quando não parece

Ouvi uma frase maravilhosa num filme que assisti recentemente (lindo, leve e que trouxe ninjas cortadores de cebolas em momentos bastante inesperados... daí serem ninjas, né, Patux!): "There may be something wrong with you, but you're perfect." [Talvez haja alguma coisa errada com você, mas você é perfeita.] ( Kevin, seu lindo! ) Quando o jovem soltou esta frase, eu quase dei uma pirueta no sofá em êxtase. Esta frase simplesmente define TUDO que se há pra dizer para alguém que você admira, dedica afeto, pra uma pessoa que você olha com carinho, mesmo ciente de que, como QUALQUER ser humanos, aquela pessoa possui fraquezas, ela erra, ela tropeça, ela tem dias difíceis. Sabe por que? Porque TODO mundo é assim. O que difere as pessoas que possuem/cativam seu amor/afeto das que não possuem são exatamente quais características delas possuem afinidades com suas demandas. Qualidade? Defeito? Isso é só o adjetivo que damos às características. Porque, no fim, é isso. Característic

Too fucked to be something

See my pain, look yourself in the mirror, See my happiness, look this terror tale,  You was, you are, will you be?  My tear, my smile, my breath and my death.  They don't see the real me, but, sometimes, I really don't know who I am either.  Too busy.  Too hasty.  Too fucked. (sei lá o porquê de eu ter escrito em inglês, mas foi como minha mente dodói cuspiu, eu só digitei depois)

Quebrado

Choro preso na garganta. Não, não sei o motivo, nem quero chorar, mas o choro está aqui, represado.  Há uma dor, uma dor perene, uma enxaqueca emocional. Cada vez que o coração bate, cada volta que o sangue dá, dói. Não, não sei o motivo, não há prazer nessa dor, não é uma dor amiga.  Há uma desesperança, uma apatia profunda, o mundo é colorido ao meu redor, mas só o vejo cinza e às cinzas.  Não, não sei o motivo, não quero morrer, mas viver está doendo.  Eu ando, mas não caminho. Eu salto, mas não saio do chão. Eu decolo, mas não voo. Eu mergulho, mas não me molho.  Não, não sei o motivo, mas abrir os olhos não é confortável e respirar é um desafio.  Pessoas falando coisas inaudíveis, músicas tocam desafinadas, na TV as imagens estão borradas, bem-te-vis gralham e cigarras uivam. Não, não sei o motivo, nem sei se há e isso é agoniante.  Olho para o horizonte e nada vejo, olho ao redor e vejo nada. Há apenas o não existir, um vasto e inextinguível vazio. Não...  Não sei o motivo...