Da inércia veio o golpe... Passaria desapercebida sua chegada, não fosse a adoção da estupidez, da crueldade, do silenciar da desesperança. A dor tornou-se moeda corrente, o medo fez morada nas esquinas, o som dos motores não causava euforia, mas apenas pânico. Com requintes azuis, vermelhos e brancos, a bandeira outrora azul, branca, verde, amarela fez-se rubra, temperada com sangue de ratos e pólvora. Uma terra, outrora construída com o sangue de mãos pretas, que, contudo, hasteava bandeira com as cores do brasão de família luso-austríaca, herdeiros, exploradores, foi inundada pelo ridículo e patético pânico de um projeto de sociedade justa, dos comuns. O verde, herança de Bragança na flâmula, agora era a cor daqueles que distribuíam tiros, pontapés e torturava o próprio povo. O amarelo, herança de Habsburgo, agora era apenas a cor da luz nos postes, iluminando corpos inertes, outrora cheios de jovem vigor e vasta esperança. Ao branco e azul restaram os papéis e tintas das esferográ
Comendo, bebendo, falando, Beijando, transando, fudendo, Vendo, rindo, ouvindo, Olhando, respirando, dormindo... Era tudo muito bom, Em tudo havia paz, Este deve ser o tom, Vida boa assim se faz. Disso ainda quero mais, Consumidor contumaz, Porto um apetite voraz. Então eu ouso repetir, Estou aqui, pode vir, Meu prazer é te servir, Teu prazer faz-me ebulir.