Agarrar litros de água entre duas mãos cruas, este é o erro da pessoa que tenta prender tua energia vital para si.
Vãos e torpes são os intentos de tomarem apenas para si a vivacidade que há em ti.
Não posso negar que um sorriso me brota no rosto quando vejo as pessoas seduzidas por seus traços, encantadas pelo teu caminhar, entorpecidas pelos teus olhares e dominadas por cada feitiço lançado ao mover de teus lábios.
Sob o encanto de observá-la, em tudo que exalava tua existência, desejei saciar minha sede em tuas nascentes.
Então, tal qual alguns deuses benevolentes de outrora, decidiu me favorecer dentre os demais e tornar-me o mais sortudo dentre os mortais.
Porque foi de tua boca enrubecida que provei beijo mais doce que o mel, de tuas mãos minha pele provou o toque mais agradável que lençóis de mil fios, de tuas coxas minha boca se deliciou com o mais perfumado licor e em teus olhos eu vi as chamas escarlates que acenderam minha presente existência.
As palavras se amiudaram, o mar soava nas indas e vindas das águas no litoral, dominava o ar o aroma vindo da humidade condensada em todas as superfícies e por fim a brisa suave se fez quando tudo se acalmou.
Ali, naquele instante, a vida bastava e nada mais era necessário. Nada mais.